PPSP-NR tem rentabilidade negativa de 3,35% em maio
O Plano Petros do Sistema Petrobras-Não Repactuados (PPSP-NR) apresentou desempenho negativo de 3,35% em maio, frente à meta atuarial de 0,86% para o período. O resultado decorreu da forte retração tanto na renda variável (ações negociadas em Bolsa, fundos de ações e participações em empresas), que caiu 5,56% no mês, quanto na renda fixa (títulos públicos e privados e fundos de renda fixa), que desvalorizou 3,42%.
Na renda fixa, o impacto negativo veio dos títulos públicos “marcados a mercado” (sujeitos a oscilações constantes de preços) que registraram baixa de 4,38%. O resultado desses papéis – principalmente os de prazos mais longos, que têm maior participação na carteira – foi pressionado pela expectativa do mercado de uma antecipação do ciclo de elevação da Selic, a taxa básica de juros da economia. Em contrapartida, os títulos públicos levados até o vencimento tiveram alta de 2,21%, e os de crédito privado subiram 0,86%, ambos acima do CDI (+ 0,52%), referência para o segmento.
A renda variável, com uma fatia de 23% dos recursos do PPSP-NR, foi impactada pela queda de 4,15% na carteira de participações em empresas. O resultado negativo foi puxado pelas ações da BRF, que possuem grande representatividade no segmento e desvalorizaram 13,63%. A carteira livre, que reúne as ações de alta liquidez negociadas na Bolsa de Valores e os fundos de ações, caiu 9,69% e também puxou o resultado para baixo. A queda na carteira livre, que responde por 5% do plano, foi concentrada nos fundos de ações, e seguiu o Ibovespa (-10,87%), que teve o pior desempenho mensal em quase quatro anos.
Do lado positivo, os investimentos estruturados — compostos por Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), veículos de investimento em empresas ou projetos de empreendimentos e fundos imobiliários —, que representam 3% dos recursos do plano, subiram 0,44% em maio. A valorização foi influenciada pelo FIP Brasil Energia, que investe em empresas de infraestrutura ligadas ao setor de energia e registrou ganhos de 2,43%, devido ao recebimento de dividendos das companhias investidas. Os imóveis, onde estão aplicados 8% dos investimentos, subiram 0,54%, e os empréstimos aos participantes, com 3% dos ativos, avançaram 0,91%.
Resultado acumulado no ano
De janeiro a maio, a rentabilidade do plano ficou negativa em 0,53%, frente à meta de 3,69% para o período, pressionada pela retração dos investimentos no último mês. A renda fixa acumula alta de 1,14%, abaixo do CDI, que avançou 2,64% nos primeiros cinco meses do ano. A renda variável teve desvalorização de 6,92% no período, descolado do Ibovespa, que acumula rendimento de 0,46% até maio. Esse resultado na renda variável se deve, principalmente, à queda de 8,82% na carteira de participações em empresas. Também contribuíram para o resultado negativo os investimentos estruturados, que recuaram 1,15% de janeiro a maio. Os empréstimos tiveram rendimento de 5,75%, e os imóveis valorizaram 1,36%.
Desempenho do plano X meta atuarial (%) | Maio | Acumulado no ano |
Total do plano | -3,35 | -0,53 |
Meta atuarial | 0,86 | 3,69 |
*A rentabilidade total do plano é o retorno dos investimentos, descontados outros fatores que interferem no resultado.
Composição da carteira
63% Renda Fixa | 23% Renda variável | 3% Investimentos estruturados | 8% Imóveis | 3% Empréstimos |
Resultado por segmento (%) | Maio | Acumulado no ano |
Renda fixa | -3,42 | 1,14 |
Renda variável | -5,56 | -6,92 |
Investimentos estruturados | 0,44 | -1,15 |
Imóveis | 0,54 | 1,36 |
Empréstimos | 0,91 | 5,75 |
Categorias renda fixa e variável (%) | Maio | Acumulado no ano |
RENDA FIXA |
Renda fixa de longo prazo | -3,96 | 1,12 |
Crédito privado | 0,86 | 5,88 |
RENDA VARIÁVEL |
Governança | -4,15 | -8,82 |
Livre | -9,69 | -0,23 |
Referenciais (%) | Maio | Acumulado no ano |
CDI | 0,52 | 2,64 |
Ibovespa | -10,87 | 0,46 |