Abril/2019
Contexto macroeconômico
A situação atual da economia global é um dos grandes pontos de debate entre investidores e formuladores das políticas econômicas ao redor do mundo. Desde o fim de 2018 e o início de 2019, os indicadores de atividade econômica vêm, em geral, demonstrando sinais mistos, de crescimento e desaceleração. Questões políticas e disputas comerciais tem contribuído para essa incerteza.
Esse contexto mundial influencia a economia brasileira, mas são as expectativas sobre a reforma da Previdência e o cenário político interno que têm exercido maior impacto sobre os investimentos no país. O mercado segue atento o cumprimento do calendário e a atuação do governo para conseguir os votos necessários para aprovação da Reforma da Previdência.
Enquanto isso, os dados de atividade econômica do país continuam desapontando. Em março, o desempenho foi novamente pior que o esperado pelo mercado. Com a confirmação de um recuo do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre, as atenções se voltam para as perspectivas do segundo trimestre do ano, que seguem contemplando uma recuperação lenta da atividade econômica. Nesse cenário, é provável que se continue observando novas revisões para baixo nas projeções de PIB para 2019.
A inflação de abril ficou em 0,57%, segundo o IPCA, abaixo do esperado pelo mercado e pela Petros, ambos em 0,63%. Com esse resultado, o IPCA acumulou alta de 4,94% em 12 meses, acima dos 4,58% observados em março. As projeções para os próximos meses indicam um recuo importante do IPCA, muito em função da queda esperada nos preços dos alimentos. E o Ibovespa, referência para o mercado de renda variável, encerrou o mês de abril com alta de 0,98%, pouco acima de 96 mil pontos, com ganho de 11,89% em doze meses.
No cenário externo, o apetite dos investidores por risco melhorou após a divulgação, pelo governo da China, de medidas fiscais e monetárias de estímulo ao crescimento. O PIB do país no primeiro trimestre surpreendeu positivamente com alta 6,4% em relação a igual período do ano anterior, mesmo ritmo do último trimestre de 2017.
Nos Estados Unidos, os dados mais recentes de atividade econômica, como as vendas no varejo, vêm confirmando o cenário de estabilização do crescimento. O resultado divulgado em março mostrou uma recuperação da atividade acima das expectativas do mercado, compensando os dados desanimadores do fim de 2018 e início de 2019. Na Europa, os sucessivos cortes nas projeções de crescimento foram, em grande parte, causados pela piora nas expectativas do crescimento na Alemanha. Setores tradicionais da economia exportadora alemã, como as indústrias automotiva e bancária, vêm enfrentando grandes dificuldades.
O desempenho econômico desses países influencia economia brasileira, em função da demanda por produtos brasileiros nesses mercados e os negócios dos exportadores brasileiros.
Desempenho dos investimentos
Rentabilidade dos investimentos do PPSP-R supera meta atuarial em abril e chega a 2,53%
Os investimentos do Plano Petros do Sistema Petrobras - Repactuados (PPSP-R) tiveram rentabilidade de 2,53% em abril, mais que o dobro da meta atuarial (1%) e da inflação (0,57%) no mês. A meta atuarial prevê o rendimento necessário para que o plano possa fazer frente a seus compromissos atuais e futuros.
A renda variável (ações negociadas em Bolsa, fundos de ações e participações em empresas) foi o destaque entre os investimentos no mês. Os recursos dessa carteira renderam 7,23% em abril, muito acima do Ibovespa, principal referência do mercado de renda variável, que subiu 0,98%. Os investimentos em renda variável do plano tiveram impacto positivo da carteira de governança (participações em empresas), com alta de 7,13% no mês, puxada pela valorização das ações de BRF (37,1%). Por outro lado, houve impacto negativo de Litel (-1,7%).
Principal carteira de investimentos do PPSP-R, com cerca de 67% dos recursos do plano, a renda fixa (títulos públicos e privados e fundos de renda fixa) teve rentabilidade de 1,71% em abril, acima do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é referência para a renda fixa e avançou 0,52%. Uma estratégia de gestão ativa desses investimentos tem permitido aproveitar as oportunidades de mercado para melhores rendimentos.
As operações aos participantes (empréstimos) renderam 1,26% em abril, enquanto os investimentos imobiliários tiveram rentabilidade de 0,38%. Já os investimentos estruturados – Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), veículos de investimento em empresas ou projetos de empreendimentos – recuaram 1,35% em abril.
Resultado acumulado no ano
No primeiro quadrimestre, os investimentos do PPSP-R registraram rentabilidade de 8,18%, bem acima da meta atuarial para o período, de 3,85%. A inflação foi de 2,09%. Tanto os investimentos em renda fixa quanto aqueles em renda variável tiveram bons resultados no período de janeiro a abril de 2019.
A rentabilidade da renda fixa ficou em 8,48% até abril, enquanto o CDI, referência para o segmento, teve variação de 2,04%. O resultado do ano também reflete a gestão ativa desses investimentos.
Os investimentos em renda variável avançaram 11,96%, enquanto a Bolsa subiu 9,63%. O ganho de 13,21% da carteira de governança (participações em empresas) influenciou positivamente o desempenho, puxado pela valorização de 41,6% das ações da BRF no ano. Houve impacto negativo de Litel, com queda de 2,2%. A carteira de renda variável do PPSP-R se diferencia da composição do Ibovespa, já que deve estar adequada aos compromissos do plano com seus participantes.
As operações com participantes (empréstimos) registraram rentabilidade de 3,31%, enquanto os investimentos imobiliários renderam 2,06%. Os investimentos estruturados, por sua vez, tiveram rentabilidade negativa de 0,34%.
Desempenho do plano X meta atuarial (%) Abril Acumulado Investimentos do plano 2,53 8,18 Meta atuarial 1,00 3,85 Composição da carteira
67,5%
Renda fixa19%
Renda variável1,5%
Investimentos estruturados7%
Imobiliário5%
Operações com participantes (empréstimos)
* Os nomes das categorias de investimentos foram alterados para adequação à instrução normativa 4661, da Previc.Resultado por segmento (%) Abril Acumulado Renda fixa 1,71 8,48 Renda variável 7,23 11,96 Estruturados -1,35 -0,34 Investimento imobiliário* 0,38 2,06 Operações com participantes (empréstimos)* 1,26 3,31
Categorias renda fixa e variável (%) Março Acumulado RENDA FIXA Renda fixa de longo prazo 1,91 9,67 Crédito privado 2,11 6,25 RENDA VARIÁVEL Governança 9,18 12,92 Livre 0,58 8,95
Referenciais (%) Abril Acumulado CDI 0,52 2,04 Ibovespa 0,98 9,63 IPCA 0,57 2,09 Movimentação do plano
O PPSP-R encerrou o mês de abril com 56.848 participantes, dos quais 9.670 ativos e 47.178 assistidos (aposentados e pensionistas). No mês, houve ao todo 152 novas concessões.
Benefícios concedidos Aposentadorias Auxílio-doença Pensões por morte Pecúlios Novas concessões 8 0 41 103 152 Resultado do plano
O PPSP-R registrou déficit acumulado de R$ 3,881 bilhões em abril de 2019.
Patrimônio de cobertura:
R$ 48,242 bilhões (ativos)Todos os investimentos que o plano possui, mais outros recursos que ele tem a receber.
Compromissos futuros:
R$ 52,123 bilhões (passivo)Valores comprometidos com os pagamentos de benefícios de todos os participantes, seguindo o regulamento do plano.
Equilíbrio técnico: - R$ 3,881 bilhõesDiferença entre compromissos futuros e patrimônio. Sofre variações para mais ou para menos, de acordo com a movimentação dos compromissos e a rentabilidade. Quando esses compromissos ficam maiores que o patrimônio ocorre déficit. Quando a situação é inversa, há superávit.
RESUMO DO RESULTADO ACUMULADO (JAN-ABR 2019) Resultado acumulado em 31/12/2018 -5.567 IMPACTOS POSITIVOS (JAN-ABR) Resultado líquido dos investimentos 3.003 Evolução dos resultados a realizar 26 IMPACTOS NEGATIVOS (JAN-ABR) Resultado previdencial (pagamento de benefícios menos recebimento de contribuições e atualização de contingências judiciais com perda provável) -750 Evolução das provisões matemáticas (compromissos futuros) -593 EQUILÍBRIO TÉCNICO -3.881