O resultado das eleições presidenciais foi o principal destaque do cenário doméstico em outubro. Jair Bolsonaro (PSL) venceu a disputa com 55,1% dos votos válidos, enquanto Fernando Haddad (PT) obteve 44,9%. A renovação da Câmara dos Deputados também merece atenção: 50% dos eleitos são novos na Casa.
Os indicadores do mês apontaram para uma inflação abaixo do esperado pelo mercado e a terceira alta seguida na atividade econômica, segundo o IBC-Br (Índice do Banco Central que é usado como uma prévia do PIB). O IPCA subiu 0,45% em outubro – e 4,56% no resultado acumulado em doze meses -, puxado especialmente pelo grupo transportes, que respondeu sozinho por 0,17 ponto percentual da inflação. Segundo o dado divulgado em outubro, o IBC-Br avançou 0,47% em agosto, frente a julho.
Já o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa Selic inalterada, em 6,5% ao ano, e reforçou em comunicado a possibilidade de alta de juros caso haja piora no cenário para a inflação.
O mercado financeiro teve um mês de otimismo. O Ibovespa terminou outubro com valorização de 10,19%, aos 87.423 pontos. No ano, a alta acumulada chegou a 14,43%. O dólar, por sua vez, caiu 7,15% no mês segundo a cotação do Banco Central, a R$ 3,72, enquanto o euro teve queda de 9,47%, cotado a R$ 4,21.
No cenário internacional, o desempenho da economia americana no terceiro trimestre, divulgado em outubro, confirmou mais uma vez a sólida expansão. O PIB teve alta de 3,5% no terceiro trimestre anualizado, acima da expectativa do mercado, 3,3%. Os incentivos fiscais dados pelo governo de Donald Trump têm ajudado neste movimento, que acaba gerando pressão no mercado de trabalho.
A expansão da economia americana traz oportunidades para o Brasil, com chances de aumento das exportações brasileiras. Por outro lado, no entanto, a força da economia dos EUA sugere continuidade da alta dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Com esse movimento, aumenta a rentabilidade dos investimentos nos Estados Unidos, o que tende a provocar uma saída de recursos de outros mercados, especialmente emergentes como o Brasil, em direção aos EUA.
A expansão da economia chinesa, por sua vez, registra leve desaceleração. O PIB chinês apresentou alta de 6,5% no 3º trimestre frente a igual período do ano anterior, ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado, 6,6%. Se o crescimento chinês desacelera, a demanda por produtos importados também cresce menos, o que pode afetar os itens brasileiros exportados para o país asiático, por exemplo.
Desempenho dos investimentos
Investimentos do PPSP-R superam a meta atuarial em outubro
Os investimentos do Plano Petros do Sistema Petrobras - Repactuados (PPSP-R) renderam 5,79% em outubro, bem acima da meta atuarial de 0,92% para o mês. A meta prevê o rendimento necessário para que o plano possa fazer frente a seus compromissos atuais e futuros.
A carteira de renda fixa (títulos públicos e privados e fundos de renda fixa) foi o principal destaque positivo do mês. O segmento, que responde por 64% dos recursos do plano, teve rentabilidade de 8,75% só em outubro. Para se ter uma ideia, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é referência para a renda fixa, subiu 0,54%. O ganho também superou a inflação no mês, que ficou em 0,45% segundo o IPCA. O bom desempenho do plano reflete uma estratégia de gestão ativa desses investimentos para aproveitar as oportunidades do mercado, especialmente no período de volatilidade causado pela eleição presidencial.
Já a carteira de renda variável (ações negociadas em Bolsa, fundos de ações e participações em empresas), que responde por 21% dos recursos do plano, teve rendimento de 0,59%. O Ibovespa, referência para o mercado de renda variável, subiu 10,19%. Uma das influências negativas no resultado de renda variável do plano em outubro foi a queda de 5,5% das ações da Vale, na qual a Fundação investe por intermédio da Litel Participações. Também recuaram em outubro as ações da BRF. Além disso, a carteira de renda variável do PPSP-R se diferencia da composição do Ibovespa porque é adequada aos compromissos de longo prazo do plano com seus participantes.
Com uma parcela de 7,5% dos recursos do plano, o segmento de imóveis teve rentabilidade de 0,08% em outubro. Já os investimentos estruturados – Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), veículos de investimento em empresas ou projetos de empreendimentos e fundos imobiliários – recuaram 0,13% em outubro. Os empréstimos, por sua vez, tiveram rentabilidade de 1,17%.
Rentabilidade dos investimentos do PPSP-R sobe 8,09% até outubro de 2018
A rentabilidade dos investimentos do Plano Petros do Sistema Petrobras - Repactuados (PPSP-R) foi de 8,09% no período acumulado entre janeiro e outubro, frente à meta atuarial de 8,72% para o período.
Os investimentos em renda fixa puxaram os ganhos do PPSP-R nos dez primeiros meses do ano, com alta de 11,62%. O CDI, que é referência do segmento, subiu 5,38% e a inflação acumulou alta de 3,81%. O resultado reflete a estratégia de gestão ativa da renda fixa adotada.
Na renda variável, houve queda de 0,78% no resultado acumulado de 2018 até outubro, enquanto o Ibovespa variou 14,43% no período. A queda nas ações de BRF, com desempenho acumulado desfavorável em 2018, tem impactado negativamente a carteira do plano este ano. Além disso, é preciso destacar que a carteira de renda variável do PPSP-R se diferencia da composição do Ibovespa porque é adequada aos compromissos de longo prazo do plano.
Já os investimentos estruturados tiveram variação de 0,08% de janeiro a outubro, enquanto o segmento de imóveis registrou alta de 3,68% no período. Os empréstimos aos participantes foram o principal destaque positivo do ano, com rentabilidade de 10,66%.
Desempenho do plano X meta atuarial (%)
Outubro
Acumulado no ano
Investimentos do plano
5,79
8,09
Meta atuarial
0,92
8,72
Composição da carteira
64% Renda Fixa
21% Renda variável
2,5% Investimentos estruturados
7,5% Imóveis
5% Empréstimos
Resultado por segmento (%)
Outubro
Acumulado no ano
Renda fixa
8,75
11,62
Renda variável
0,59
-0,78
Investimentos estruturados
-0,13
0,08
Imóveis
0,08
3,68
Empréstimos
1,17
10,66
Categorias renda fixa e variável (%)
Outubro
Acumulado no ano
RENDA FIXA
Renda fixa de longo prazo
10,15
12,51
Crédito privado
1,47
11,81
RENDA VARIÁVEL
Governança
-1,77
-3,45
Livre
10,69
9,40
Referenciais (%)
Outubro
Acumulado no ano
CDI
0,54
5,38
Ibovespa
10,19
14,43
IPCA
0,45
3,81
Movimentação do plano
O PPSP-R encerrou o mês de outubro com 57.094 participantes, dos quais 9.714 ativos e 47.380 assistidos (aposentados e pensionistas). No mês, houve ao todo 163 novas concessões.
Benefícios concedidos
Aposentadorias
Auxílios-doença
Pensões por morte
Pecúlios
Novas concessões
26
1
49
87
163
Resultado do plano
O PPSP-R registrou déficit acumulado de R$ 3,210 bilhões até outubro de 2018.
Patrimônio de cobertura: R$ 47,306 bilhões (ativos)
Todos os investimentos que o plano possui, mais outros recursos que ele tem a receber.
Compromissos futuros: R$ 50,516 bilhões(passivo)
Valores comprometidos com os pagamentos de benefícios de todos os participantes, seguindo o regulamento do plano.
Equilíbrio técnico: - R$ 3,210 bilhões
Diferença entre compromissos futuros e patrimônio. Sofre variações para mais ou para menos, de acordo com a movimentação dos compromissos e a rentabilidade. Quando esses compromissos ficam maiores que o patrimônio ocorre déficit. Quando a situação é inversa, há superávit.
RESUMO DO RESULTADO ACUMULADO (JAN-OUT 2018)
Resultado acumulado em 31/3/2018*
-2.483
IMPACTOS POSITIVOS (ABR-OUT)
Resultado líquido dos investimentos
2.158
Evolução dos resultados a realizar
3
IMPACTOS NEGATIVOS (ABR-OUT)
Resultado previdencial (pagamento de benefícios menos recebimento de contribuições e atualização de contingências judiciais com perda provável)
-1.260
Evolução das provisões matemáticas (compromissos futuros)
-1.628
EQUILÍBRIO TÉCNICO
-3.210
*Em abril 2018, o PPSP foi cindido em PPSP-Repactuados e PPSP-Não Repactuados