O mês de setembro confirmou a sólida expansão da economia americana, a partir de dados sobre consumo das famílias, desemprego e índices de confiança. Além disso, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiu aumentar pela terceira vez este ano a taxa básica de juros, desta vez em 0,25 ponto percentual, para a faixa entre 2% e 2,25%. O ambiente externo, no entanto, se manteve adverso por causa de incertezas como a ameaça do protecionismo.
No cenário doméstico, houve menos pressão de alta sobre o dólar e sobre o risco-país, reflexo da menor incerteza eleitoral. A inflação teve, em setembro, uma alta de 0,48%, com forte influência do grupo transportes (1,69%), puxada pelos preços de combustíveis – que passaram de deflação de 1,86% em agosto para alta de 4,18% em setembro.
Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) teve alta de 0,65% em julho, frente a junho, na série com ajuste sazonal. A expansão ocorreu após salto de 3,45% em junho, quando houve um movimento de recuperação após a greve dos caminhoneiros de maio. No acumulado dos seis primeiros meses de 2018, o IBC-Br subiu 1,28%. Em 12 meses, a alta foi de 1,50%.
Com a menor incerteza eleitoral, o mercado acionário reagiu e o Ibovespa, principal indicador da B3 (antiga BM&F Bovespa), subiu 3,48% em setembro, para 79.342 pontos. Nos nove primeiros meses do ano, acumulou valorização de 3,85%. Enquanto isso, o dólar caiu 3,18% em setembro, para R$ 4,0039, de acordo com a cotação Ptax, do Banco Central.
Desempenho dos investimentos
Investimentos do PPSP-R superam a meta atuarial em setembro
Os investimentos do Plano Petros do Sistema Petrobras - Repactuados (PPSP-R) renderam 1,04% em setembro, acima da meta atuarial de 0,95% para o mês. A meta prevê o rendimento necessário para que o plano possa fazer frente a seus compromissos atuais e futuros.
A carteira de renda variável (ações negociadas em Bolsa, fundos de ações e participações em empresas), que responde por 22% dos recursos do plano, foi a principal influência positiva, com alta de 5,14%. O Ibovespa, referência para o segmento, avançou 3,48% no mês. O mercado acionário como um todo foi favorecido pela percepção de redução de risco, tanto no cenário internacional quanto no quadro eleitoral do Brasil.
Com parcela de 62% no total de recursos do plano, os investimentos em renda fixa (títulos públicos e privados e fundos de renda fixa) recuaram 0,32% em setembro. Os “títulos públicos mantidos até o vencimento” avançaram 2,26%, enquanto os títulos “marcados a mercado” - com grande participação na carteira – tiveram perda de 0,86%. Esses papéis, que estão sujeitos a oscilações constantes de preço, foram afetados pelo aumento da volatilidade no mercado de juros futuros. O CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é referência para o segmento, rendeu 0,47%.
Já os investimentos estruturados – Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), veículos de investimento em empresas ou projetos de empreendimentos e fundos imobiliários – variaram 0,22% em setembro. No mês, a carteira de imóveis recuou 0,04% enquanto os empréstimos tiveram rentabilidade 2,10%.
Rentabilidade dos investimentos do PPSP-R é de 2,21% até setembro de 2018
No período acumulado entre janeiro e setembro, os investimentos do Plano Petros do Sistema Petrobras - Repactuados (PPSP-R) acumularam ganho de 2,21%, frente à meta atuarial de 7,73% para o período.
A carteira de renda fixa teve rentabilidade de 2,77%, abaixo do resultado do CDI, referência do segmento, que teve alta de 4,81%. A incerteza política provocou queda do preço dos títulos públicos e isso afetou especialmente aqueles “marcados a mercado”, sujeitos a oscilações constantes de preço. No caso do PPSP-R, esses papéis são maioria na carteira em função da necessidade de liquidez para o pagamento de benefícios, já que a maior parte dos participantes é de aposentados e pensionistas. Já no PP-2, por exemplo, o perfil da carteira é diferente e a maioria é de títulos “marcados na curva”, ou seja, são mantidos até a data de vencimento. Isso porque os participantes ativos ainda são maioria no PP-2, o que reduz a exigência de liquidez, ou seja, dinheiro em caixa, para o pagamento de benefícios.
Na renda variável, houve queda de 1,36% nos nove primeiros meses do ano, frente à variação de 3,85% do Ibovespa, principal referência do mercado. A queda nas ações de BRF, com desempenho acumulado desfavorável em 2018, tem impactado negativamente a carteira do plano este ano. A carteira de renda variável do PPSP-R também se diferencia da composição do Ibovespa porque é adequada aos compromissos de longo prazo do plano com seus participantes.
Os investimentos estruturados, por sua vez, tiveram variação de 0,20% de janeiro a setembro. O segmento de imóveis registrou alta de 3,60% no período, e os empréstimos aos participantes geraram ganhos de 9,40% e foram o principal destaque positivo do período.
Desempenho do plano X meta atuarial (%)
Setembro
Acumulado no ano
Investimentos do plano
1,04
2,21
Meta atuarial
0,95
7,73
Composição da carteira
62% Renda Fixa
22% Renda variável
3% Investimentos estruturados
8% Imóveis
5% Empréstimos
Resultado por segmento (%)
Setembro
Acumulado no ano
Renda fixa
-0,32
2,77
Renda variável
5,14
-1,36
Investimentos estruturados
0,22
0,20
Imóveis
-0,04
3,60
Empréstimos
2,10
9,40
Categorias renda fixa e variável (%)
Setembro
Acumulado no ano
RENDA FIXA
Renda fixa de longo prazo
-0,64
2,30
Crédito privado
1,19
10,19
RENDA VARIÁVEL
Governança
5,95
-1,71
Livre
1,53
-1,16
Referenciais (%)
Setembro
Acumulado no ano
CDI
0,47
4,81
Ibovespa
3,48
3,85
Movimentação do plano
O PPSP-R encerrou o mês de setembro com 57.179 participantes, dos quais 9.742 ativos e 47.437 assistidos (aposentados e pensionistas). No mês, houve ao todo 91 novas concessões.
Benefícios concedidos
Aposentadorias
Auxílios-doença
Pensões por morte
Pecúlios
11
0
26
54
Resultado do plano
O PPSP-R registrou déficit acumulado de R$ 4,940 bilhões até setembro de 2018.
Patrimônio de cobertura: R$ 45,409 bilhões (ativos)
Todos os investimentos que o plano possui, mais outros recursos que ele tem a receber.
Compromissos futuros: R$ 50,349 bilhões(passivo)
Valores comprometidos com os pagamentos de benefícios de todos os participantes, seguindo o regulamento do plano.
Equilíbrio técnico: - R$ 4,940 bilhões
Diferença entre compromissos futuros e patrimônio. Sofre variações para mais ou para menos, de acordo com a movimentação dos compromissos e a rentabilidade. Quando esses compromissos ficam maiores que o patrimônio ocorre déficit. Quando a situação é inversa, há superávit.
RESUMO DO RESULTADO ACUMULADO (JAN-SET 2018)
Resultado acumulado em 31/3/2018*
-2.483
IMPACTOS POSITIVOS (ABR-SET)
Resultado líquido dos investimentos
122
Evolução dos resultados a realizar
4
IMPACTOS NEGATIVOS (ABR-SET)
Resultado previdencial (pagamento de benefícios menos recebimento de contribuições e atualização de contingências judiciais com perda provável)
-1.121
Evolução das provisões matemáticas (compromissos futuros)
-1.462
EQUILÍBRIO TÉCNICO
-4.940
*Em abril 2018, o PPSP foi cindido em PPSP-Repactuados e PPSP-Não Repactuados