Agosto foi mais um mês de alta volatilidade nos mercados, tanto por fatores externos quanto pelas incertezas eleitorais. No ambiente internacional, o destaque foi o desempenho negativo dos países emergentes, puxado principalmente por Argentina e Turquia. Além disso, permaneceram em alta questões como ameaça do protecionismo e condução da política monetária nos Estados Unidos e a volta do temor de crise financeira.
No Brasil, o crescimento de 0,2% do PIB brasileiro no segundo trimestre, divulgado pelo IBGE em agosto, foi puxado pelo setor de serviços e pressionado negativamente pela indústria e pelos investimentos. O resultado reforçou a avaliação de uma recuperação ainda mais lenta da economia brasileira. Já a inflação de agosto, com retração de 0,09%, foi a menor taxa para o mês em 20 anos.
Agosto também trouxe novidades na política fiscal: o governo federal enviou ao Congresso a proposta de orçamento para 2019, que prevê uma meta de déficit primário (receita menos despesas sem contar gastos com juros) de R$ 132 bilhões (ou 1,8% do PIB) para o setor público. Caso se confirme, será o sexto ano consecutivo de déficit primário na economia brasileira.
As incertezas eleitorais e o ambiente externo menos favorável para as economias emergentes têm contribuído para a alta do dólar e do risco-país. Nesse cenário, o Ibovespa, principal referência do mercado financeiro, terminou o mês de agosto com queda de 3,21%, aos 76.677 pontos. Em 2018, acumula leve alta de 0,36%.
Desempenho dos investimentos
Rentabilidade dos investimentos do PPSP-R recua 0,96% em agosto
A rentabilidade dos investimentos do Plano Petros do Sistema Petrobras - Repactuados (PPSP-R) recuou 0,96% em agosto, frente a uma meta atuarial de 0,37% para o mês. A meta prevê o rendimento necessário para que o plano possa fazer frente a seus compromissos atuais e futuros.
O resultado foi influenciado tanto pelo desempenho do segmento de renda fixa (títulos públicos e privados e fundos de renda fixa) quanto de renda variável (ações negociadas em Bolsa, fundos de ações e participações em empresas).
Na renda fixa, que responde por 63% dos investimentos do plano, a rentabilidade caiu 0,48%. Os “títulos públicos mantidos até o vencimento” avançaram 1,64%, enquanto os títulos “marcados a mercado” - com grande participação na carteira – tiveram perda de 0,74%. Esses papéis, que estão sujeitos a oscilações constantes de preço, foram afetados pelo aumento da volatilidade no mercado de juros futuros.
Já a carteira de renda variável – que responde por cerca de 21% do plano – teve retração de 3,53%, em linha com um recuo de 3,21% do índice Ibovespa, principal referência do mercado. O desempenho da Bolsa tem sido prejudicado pela percepção de aumento de risco tanto no cenário externo quanto pelo quadro eleitoral do Brasil.
O segmento de investimentos estruturados – Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), veículos de investimento em empresas ou projetos de empreendimentos e fundos imobiliários – teve performance positiva, com rentabilidade de 0,94%. Os fundos imobiliários apresentaram resultado positivo de 0,47%.
Com cerca de 8% dos investimentos do PPSP-R, o segmento de imóveis teve alta de 0,89%. Já os empréstimos aos participantes – que respondem por 5% do patrimônio do plano – renderam 0,73%.
Queda de 1,33% dos investimentos do PPSP-R até agosto de 2018
Os investimentos do Plano Petros do Sistema Petrobras - Repactuados (PPSP-R) acumularam perda de 1,33% no período de janeiro a agosto, abaixo da meta atuarial de 6,72% do período.
Na renda fixa, o rendimento ficou positivo em 3,10%, pouco abaixo do resultado do CDI, que teve alta de 4,32% e é referência para o segmento. A incerteza política tem provocado a queda do preço dos títulos públicos e isso afeta especialmente aqueles que são “marcados a mercado”, sujeitos a oscilações constantes de preço. No caso do PPSP-R e do PPSP-NR, esses papéis são maioria na carteira em função da necessidade de liquidez para o pagamento de benefícios, já que a maior parte dos participantes é de aposentados e pensionistas. Já no PP-2, por exemplo, o perfil da carteira é diferente e a maioria é de títulos “marcados na curva”, ou seja, que são mantidos até a data de vencimento. Isso porque os participantes ativos ainda são maioria no PP-2, o que reduz a exigência de liquidez, ou seja, dinheiro em caixa, para o pagamento de benefícios.
Na renda variável, houve queda de 6,18%, enquanto o Ibovespa, índice que é a principal referência do mercado, avançou 0,36% nos oito primeiros meses do ano. Isso porque a carteira do plano tem sido impactada negativamente pela queda nas ações de BRF em 2018. Os investimentos estruturados, por sua vez, tiveram leve perda de 0,02% de janeiro a agosto. O segmento de imóveis registrou alta de 3,64% no período e os empréstimos aos participantes tiveram expansão de 7,13%, sendo o principal destaque positivo do período.
Desempenho do plano X meta atuarial (%)
Agosto
Acumulado no ano
Investimentos do plano
-0,96
1,33
Meta atuarial
0,37
6,72
Composição da carteira
63% Renda Fixa
21% Renda variável
3% Investimentos estruturados
8% Imóveis
5% Empréstimos
Resultado por segmento (%)
Agosto
Acumulado no ano
Renda fixa
-0,48
3,10
Renda variável
-3,53
-6,18
Investimentos estruturados
0,94
-0,02
Imóveis
0,89
3,64
Empréstimos
0,73
7,13
Categorias renda fixa e variável (%)
Agosto
Acumulado no ano
RENDA FIXA
Renda fixa de longo prazo
-0,58
2,97
Crédito privado
0,44
8,89
RENDA VARIÁVEL
Governança
-3,39
-7,23
Livre
-4,27
-2,66
Referenciais (%)
Agosto
Acumulado no ano
CDI
0,57
4,32
Ibovespa
-3,21
0,36
Movimentação do plano
O PPSP-R encerrou o mês de agosto com 57.226 participantes, dos quais 9.762 ativos e 47.464 assistidos (aposentados e pensionistas). No mês, houve ao todo 210 novas concessões.
Benefícios concedidos
Aposentadorias
Auxílios-doença
Pensões por morte
Pecúlios
17
1
48
144
Resultado do plano
O PPSP-R registrou déficit acumulado de R$ 4,887 bilhões até agosto de 2018.
Patrimônio de cobertura: R$ 45,546 bilhões (ativos)
Todos os investimentos que o plano possui, mais outros recursos que ele tem a receber.
Compromissos futuros: R$ 50,433 bilhões(passivo)
Valores comprometidos com os pagamentos de benefícios de todos os participantes, seguindo o regulamento do plano.
Equilíbrio técnico: - R$ 4,887 bilhões
Diferença entre compromissos futuros e patrimônio. Sofre variações para mais ou para menos, de acordo com a movimentação dos compromissos e a rentabilidade. Quando esses compromissos ficam maiores que o patrimônio ocorre déficit. Quando a situação é inversa, há superávit.
RESUMO DO RESULTADO ACUMULADO (JAN-AGO 2018)
Resultado acumulado em 31/3/2018*
-2.483
IMPACTOS POSITIVOS (ABR-AGO)
Evolução dos resultados a realizar
303
IMPACTOS NEGATIVOS (ABR-AGO)
Resultado previdencial (pagamento de benefícios menos recebimento de contribuições e atualização de contingências judiciais com perda provável)
-931
Resultado líquido dos investimentos
-230
Evolução das provisões matemáticas (compromissos futuros)
-1.546
EQUILÍBRIO TÉCNICO
-4.887
*Em abril 2018, o PPSP foi cindido em PPSP-Repactuados e PPSP-Não Repactuados