Os eventos externos tiveram mais destaque que os domésticos em julho. O temor de uma guerra comercial, que parecia afastado, ressurgiu logo no início do mês com a retomada das ofensivas do governo Trump. Os EUA anunciaram novas sanções contra a Rússia e iniciaram a cobrança de tarifas de 25% sobre um adicional de US$ 16 bilhões em importações chinesas. Além disso, o presidente Donald Trump anunciou a intensificação da guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Em resposta, a China divulgou tarifas retaliatórias.
A perspectiva para a economia dos Estados Unidos a curto prazo permanece forte. A confiança do consumidor continua elevada e os cortes de impostos devem apoiar ainda mais o consumo doméstico naquele país.
No Brasil, os dados recentes da atividade econômica confirmam que os efeitos da greve dos caminhoneiros foram temporários e restritos aos meses de maio e junho. Um exemplo disso foi a alta de 13,1% da produção industrial em junho, em relação ao mês anterior, mais do que compensando a queda de 11% observada em maio. Apesar da recuperação em junho, a indústria fechou o trimestre com queda de 2,5%. Já o IBC-Br (considerado uma prévia do PIB) recuou 3,33% em maio, resultado pior que o projetado pelo mercado (-3,1%).
Em relação à inflação, o IPCA de julho surpreendeu as expectativas do mercado, com alta de 0,33% no mês e de 4,48% no resultado acumulado em 12 meses. As maiores altas foram nos grupos habitação e transportes.
Desempenho dos investimentos
Investimentos do PPSP-R têm rentabilidade de 4,05% em julho
A rentabilidade dos investimentos do Plano Petros do Sistema Petrobras - Repactuados (PPSP-R) ficou em 4,05% em julho, bem acima da meta atuarial de 0,79% para o mês. A meta prevê o rendimento necessário para que o plano possa fazer frente a seus compromissos atuais e futuros. O resultado foi influenciado principalmente pelo desempenho positivo dos segmentos de renda fixa (títulos públicos e privados e fundos de renda fixa) e renda variável (ações negociadas em Bolsa, fundos de ações e participações em empresas).
Na renda fixa, que responde por 62% dos investimentos do plano, a rentabilidade foi de 2,95%. Houve influência positiva dos títulos públicos “marcados a mercado”, sujeitos a oscilações constantes de preços, que têm grande participação na carteira e renderam 3,19%. Além disso, os “títulos públicos mantidos até o vencimento” avançaram 4,08% e a carteira de títulos privados subiu 1,53%. Já os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FDICs) tiveram ganho expressivo (11,84%), impulsionado pelas altas de 51,55% do FIDC NP Brasil Plural I e de 19,66% do FIDC NP Brasil Plural II, devido à recuperação de crédito em julho.
Na renda variável – que responde por cerca de 22% do plano –, o resultado ficou positivo em 9,73% em julho, acima da alta de 8,88% do índice Ibovespa, principal referência do mercado, após dois meses de queda. O desempenho foi puxado pela carteira de participação em empresas, com ganho expressivo, de 10,84%, impulsionado pelo resultado de 25,83% de BRF, que representa 22% dessa carteira. Além disso, as ações da Litel, que respondem por 38% da carteira de participações, subiram 11,54%. A carteira livre (que reúne fundo de ações e papéis de alta liquidez negociados em bolsa) avançou 6,3% no mês.
O segmento de investimentos estruturados – Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), veículos de investimento em empresas ou projetos de empreendimentos e fundos imobiliários – também teve performance positiva, com rentabilidade de 0,74%. O resultado deste tipo de investimento, que reúne aproximadamente 3% dos recursos do plano, foi influenciado pela rentabilidade de 0,90% dos fundos de private equity, que respondem por 76% do segmento. Os fundos imobiliários apresentaram resultado positivo de 0,48%.
Com cerca de 8% dos investimentos do PPSP-R, o segmento de imóveis teve desempenho positivo de 0,98%. Já os empréstimos aos participantes – que respondem por 5% do patrimônio do plano – renderam 0,36%, abaixo da meta atuarial, que foi de 0,79% no período.
Resultado acumulado no ano
Os investimentos do Plano Petros do Sistema Petrobras - Repactuados (PPSP-R) acumularam rentabilidade de 2,11% no período de janeiro a julho, contra meta atuarial de 6,33% do período.
Na renda fixa, o rendimento ficou positivo em 3,60%, pouco abaixo do resultado do CDI, que teve alta de 3,73% e é referência para o segmento. Na renda variável, houve queda de 2,75%, enquanto o Ibovespa, índice que é a principal referência do mercado, avançou 3,69% nos sete primeiros meses do ano. Isso porque a carteira do plano tem sido impactada negativamente pela queda nas ações de BRF em 2018. Os investimentos estruturados, por sua vez, tiveram perda de 0,95% de janeiro a julho. O segmento de imóveis registrou alta de 2,74% no período e os empréstimos aos participantes tiveram expansão de 6,36%, sendo o principal destaque positivo do período.
Desempenho do plano X meta atuarial (%)
Julho
Acumulado no ano
Investimentos do plano
4,05
2,11
Meta atuarial
0,79
6,33
Composição da carteira
62% Renda Fixa
22% Renda variável
3% Investimentos estruturados
8% Imóveis
5% Empréstimos
Resultado por segmento (%)
Julho
Acumulado no ano
Renda fixa
2,95
3,60
Renda variável
9,73
-2,75
Investimentos estruturados
0,74
-0,95
Imóveis
0,98
2,74
Empréstimos
0,36
6,36
Categorias renda fixa e variável (%)
Julho
Acumulado no ano
RENDA FIXA
Renda fixa de longo prazo
3,22
3,57
Crédito privado
1,53
8,42
RENDA VARIÁVEL
Governança
10,84
-3,98
Livre
6,30
1,69
Referenciais (%)
Julho
Acumulado no ano
CDI
0,54
3,73
Ibovespa
8,88
3,69
Movimentação do plano
O PPSP-R encerrou o mês de julho com 57.254 participantes, dos quais 9.790 ativos e 47.464 assistidos (aposentados e pensionistas). No mês, houve ao todo 214 novas concessões.
Benfícios concedidos
Aposentadorias
Auxílios-doença
Pensões por morte
Pecúlios
36
0
61
117
Resultado do plano
O PPSP-R registrou déficit acumulado de R$ 4,471 bilhões até julho de 2018. Em relação ao resultado de junho, houve redução do déficit acumulado, em função do resultado positivo dos investimentos.
Patrimônio de cobertura: R$ 45,807 bilhões (ativos)
Todos os investimentos que o plano possui, mais outros recursos que ele tem a receber.
Compromissos futuros: R$ 50,278 bilhões(passivo)
Valores comprometidos com os pagamentos de benefícios de todos os participantes, seguindo o regulamento do plano.
Equilíbrio técnico: - R$ 4,471 bilhões
Diferença entre compromissos futuros e patrimônio. Sofre variações para mais ou para menos, de acordo com a movimentação dos compromissos e a rentabilidade. Quando esses compromissos ficam maiores que o patrimônio ocorre déficit. Quando a situação é inversa, há superávit.
RESUMO DO RESULTADO ACUMULADO (JAN-JUL 2018)
Resultado acumulado em 31/3/2018*
-2.483
IMPACTOS POSITIVOS (ABR-JUL)
Resultado líquido dos investimentos
122
Evolução dos resultados a realizar
4
IMPACTOS NEGATIVOS (ABR-JUL)
Resultado Previdencial (pagamento de benefícios menos recebimento de contribuições e Atualização de contingências judiciais com perda provável)
-723
Evolução das provisões matemáticas (compromissos futuros)
-1.391
EQUILÍBRIO TÉCNICO
-4.471
*Em abril/2018, o PPSP foi cindido em PPSP-Repactuados e PPSP-Não Repactuados