O início de 2019 foi de otimismo no mercado de ações no Brasil, em função da expectativa de avanço no projeto de reforma da Previdência. O Ibovespa encerrou janeiro com valorização de 10,82%, aos 97 mil pontos. Os títulos públicos de longo prazo também apresentaram bons retornos no primeiro mês do ano. Como exemplo, o índice IMA-B5+, que reflete a rentabilidade dos títulos públicos NTN-Bs com vencimentos acima de cinco anos, teve alta de 6,61%. O IMA Geral, que acompanha a média dos títulos públicos em mercado, subiu 1,91% no período. Enquanto isso, o dólar caiu 5,75% no mês, cotado a R$ 3,65, segundo dados do Banco Central.
Apesar do clima otimista, os indicadores divulgados no período continuaram indicando atividade econômica ainda tímida e inflação controlada. O IBC-Br (Índice de atividade econômica do BC, uma espécie de prévia do Produto Interno Bruto, o PIB) teve alta de 0,16% em novembro ante outubro, bem abaixo do esperado pelos analistas. Além disso, os mercados de trabalho e crédito permaneceram com baixo dinamismo. A inflação medida pelo IPCA ficou em 0,32% em janeiro, abaixo da projeção do mercado.
Na agenda externa, um dos destaques foi a decisão do Comitê de Política Monetária americano de manter a taxa de juros, em linha com o esperado. Em comunicado, o Comitê surpreendeu positivamente o mercado, que reduziu as apostas de novas altas em 2019. A sinalização é favorável para mercados emergentes, como o Brasil, já que a alta de juros aumenta a rentabilidade dos investimentos nos EUA e tende a provocar uma saída de recursos de outros países. A economia americana segue mostrando sinais de desaceleração, com dados de atividade vindo abaixo das projeções do mercado.
Na China, a atividade econômica apresentou sinais mais claros de desaceleração, que deverão implicar em estímulos fiscais e monetários por parte do governo. O movimento pode pesar sobre setores da economia brasileira que vendem ou prestam serviços para o país asiático. Por outro lado, as negociações comerciais com os Estados Unidos foram positivas em janeiro. Um acordo comercial é de grande importância para os mercados globais na medida que melhora as expectativas e a confiança de empresários e consumidores.
Desempenho dos investimentos
Rentabilidade dos investimentos do PPSP-NR supera a meta e chega a 3,55% em janeiro
A rentabilidade dos investimentos do Plano Petros do Sistema Petrobras-Não Repactuados (PPSP-NR) foi de 3,55% em janeiro, bem acima da meta atuarial de 0,75% no mês. A meta prevê o rendimento necessário para que o plano possa fazer frente a seus compromissos atuais e futuros.
A renda fixa (títulos públicos e privados e fundos de renda fixa), segmento que responde por cerca de 70% dos recursos do plano, foi destaque entre os investimentos em janeiro, com variação de 5,22%. O resultado ficou bem acima da taxa de 0,54% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é referência para o segmento, e também da inflação (IPCA) no mês (0,32%).
Já a carteira de renda variável (ações negociadas em Bolsa, fundos de ações e participações em empresas), que responde por cerca de 15% dos recursos do plano, teve rentabilidade negativa de 0,95%. O Ibovespa, principal referência da B3 (antiga BM&FBovespa), subiu 10,82%.
A queda da renda variável foi puxada pela carteira de governança composta por participações em empresas com liquidez restrita (-7,94%) impactada pela queda das ações de Litel, que refletiu o recuo dos papéis da Vale (10,8%) após a tragédia de Brumadinho. A carteira de governança que inclui as participações em empresas com liquidez teve retorno positivo de 8,38% em janeiro, com influência da alta de 22,5% das ações de Totvs. Já a carteira dos Fundos de Investimentos em Ações (FIAs) subiu 6,60%.
Os investimentos imobiliários renderam 0,54%. O segmento responde por 8% do patrimônio do plano. A carteira de operações com participantes (empréstimos), com uma parcela de 3% dos recursos do PPSP-NR, recuou 1,24% em janeiro.
Os investimentos estruturados – compostos por Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), veículos de investimento em empresas ou projetos de empreendimentos – tiveram variação de 0,01%.
Como janeiro é o primeiro mês do ano, o resultado acumulado de 2019 por enquanto é igual ao do mês.
Desempenho do plano X meta atuarial (%)
Janeiro
Investimentos do plano
3,55
Meta atuarial
0,75
Composição da carteira
71,5% Renda Fixa
15,5% Renda variável
2% Investimentos estruturados
8% Imóveis
3% Empréstimos
Resultado por segmento (%)
Janeiro
Renda fixa
5,22
Renda variável
-0,95
Estruturados
0,01
Imobiliários
0,54
Operações com participantes (empréstimos)
-1,24
Categorias renda fixa e variável (%)
Janeiro
RENDA FIXA
Renda fixa de longo prazo
6,37
Crédito privado
1,36
RENDA VARIÁVEL
Governança
-1,62
Livre
8,85
Referenciais (%)
Janeiro
CDI
0,54
Ibovespa
10,82
IPCA
0,32
Movimentação do plano
O PPSP-NR encerrou janeiro com 18.761 participantes, dos quais 1.423 ativos e 17.338 assistidos (aposentados e pensionistas). No mês, houve 71 concessões de benefícios.
Benefícios concedidos
Aposentadorias
Auxílios-doença
Pensões por morte
Pecúlios
Novas concessões
5
0
18
48
71
Resultado do plano
O PPSP-NR registrou déficit acumulado de R$ 2,520 bilhões em janeiro de 2019.
Patrimônio de cobertura: R$ 13,755 bilhões (ativos)
Todos os investimentos que o plano possui, mais outros recursos que ele tem a receber.
Compromissos futuros: R$ 16,275 bilhões(passivo)
Valores comprometidos com os pagamentos de benefícios de todos os participantes, seguindo o regulamento do plano.
Equilíbrio técnico: - R$ 2,520 bilhões
Diferença entre compromissos futuros e patrimônio. Sofre variações para mais ou para menos, de acordo com a movimentação dos compromissos e a rentabilidade. Quando esses compromissos ficam maiores que o patrimônio ocorre déficit. Quando a situação é inversa, há superávit.
RESUMO DO RESULTADO ACUMULADO (JAN 2019)
Resultado acumulado em 31/12/2018
-2.839
IMPACTOS POSITIVOS (JAN)
Resultado líquido dos investimentos
364
Resultado previdencial (pagamento de benefícios menos recebimento de contribuições e atualização de contingências judiciais com perda provável)
38
Evolução dos resultados a realizar
8
IMPACTOS NEGATIVOS (JAN)
Evolução das provisões matemáticas (compromissos futuros)