Em maio, 76 dias após a entrega da proposta de reforma da Previdência do governo ao Congresso, a Comissão Especial iniciou os trabalhos. Foi proposto um calendário de audiências públicas, para que no início de junho as emendas fossem enviadas e o parecer do relator fosse apresentado.
Em meio ao debate sobre a reforma, a divulgação do desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre de 2019 mostrou o retorno ao terreno negativo. O Produto Interno Bruto (PIB) registrou queda de 0,2% no primeiro trimestre, com perda de 1,7% do investimento – ainda 27% abaixo do nível de registrado antes da última recessão. Por outro lado, o consumo das famílias cresceu 0,3%, e os gastos do governo aumentaram 0,4%. A indústria decepcionou, com retração de 0,7%, sob impacto de indústrias extrativas (-6,3%) e construção (-2,0%). A agropecuária também recuou (0,1%), enquanto os serviços cresceram 0,2%.
Já a inflação de abril, divulgada em maio, surpreendeu. O IPCA ficou 0,57%, abaixo do esperado pelo mercado e pela Petros, ambos em 0,63%. Com esse resultado no mês, o IPCA acumulado em 12 meses saltou para 4,94%, ante 4,58% em março. As projeções da Petros para os próximos meses preveem uma desaceleração do IPCA diante da queda esperada dos preços dos alimentos.
A taxa básica de juros da economia, por sua vez, foi mantida em 6,5% pelo Comitê de Política Monetária (Copom), na sua última reunião, conforme amplamente esperado. O Copom buscou ganhar tempo para avaliar melhor o comportamento da inflação, com o fim impacto dos choques do ano passado (caminhoneiros), além de observar o andamento da reforma da Previdência no Congresso.
Já a taxa de câmbio seguiu pressionada em maio, encostando em patamares próximos de R$ 4. Grande parte da alta do dólar no ano se deveu ao aumento das incertezas domésticas. Apesar desse recente movimento, a Petros segue com a perspectiva de que o dólar terá ligeira queda até o fim do ano, em reação ao andamento da reforma no Congresso e aos desdobramentos do cenário externo.
No front mundial, diminuiu o temor de uma desaceleração mais acentuada do crescimento após a divulgação dos dados de atividade das principais economias do mundo. Uma das maiores fontes de preocupação no momento é a zona do euro, que surpreendeu de forma positiva no primeiro trimestre, com uma alta de 1,2% do PIB, sugerindo que a desaceleração registrada no fim do ano passado tenha sido passageira.
Nos Estados Unidos, a economia ainda demonstra bom desempenho e inflação está sob controle, a despeito dos sinais de desaceleração. Após uma aparente trégua, o anúncio do presidente Trump de subir para 25% as tarifas sobre alguns produtos importados da China surpreendeu os mercados globais gerando fortes perdas nos preços de commodities e ações.
Desempenho dos investimentos
Rentabilidade do PP-2 em maio é o dobro da meta: 1,21%
A rentabilidade do Plano Petros-2 (PP-2) foi de 1,21% em maio, mais que o dobro da meta atuarial do mês (0,57%) e muito acima da inflação (0,13%). A meta prevê o rendimento necessário para que o plano possa fazer frente a seus compromissos atuais e futuros.
Maio foi um mês de resultados positivos tanto para os investimentos em renda fixa, que são maioria no plano, quanto para aqueles em renda variável.
Principal investimento do PP-2, com 75% dos recursos, a renda fixa (que inclui títulos públicos e privados e fundos de renda fixa) rendeu 1,11% em maio, o dobro da variação de 0,54% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é referência do segmento. O bom resultado reflete a gestão ativa desses investimentos para aproveitar as oportunidades do mercado. Metade da carteira de renda fixa do PP-2 é formada por títulos atrelados à inflação. Em 2018, houve uma troca de papéis com vencimento em anos mais próximos (2020, 2021 e 2023) para outros mais distantes (especialmente 2045 e 2050), o que ajudou a impulsionar ainda mais a rentabilidade.
Enquanto isso, a renda variável — que reúne ações negociadas em Bolsa, fundos de ações e participações em empresas e concentra cerca de 17% dos recursos do plano — teve rentabilidade de 1,24% em maio. O Ibovespa, referência para o mercado de renda variável, subiu 0,70% no período. O rendimento foi puxado pelo avanço de 1,5% dos Fundos de Investimentos em Ações (FIAs) e de 0,29% da carteira de governança (participação em empresas). A alta da carteira de governança, no entanto, foi limitada pelas quedas das ações de Litel (-2,4%) e BRF (-10,8%).
Já os investimentos imobiliários tiveram valorização de 1,07% no mês, enquanto os investimentos estruturados — compostos por Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), veículos de investimento em empresas ou projetos de empreendimentos — renderam 7,68%. A carteira de operações com participantes (empréstimos), por sua vez, teve rentabilidade de 1,40% em maio.
Resultado acumulado no ano
Nos primeiros cinco meses de 2019, o Plano Petros-2 (PP-2) acumulou rentabilidade de 6,20%, bem acima da meta atuarial de 4,46%. A inflação no período ficou em 2,22%.
A renda fixa se mantém como destaque entre os investimentos do ano. A rentabilidade acumulada da carteira até maio é de 5,39%, o dobro do CDI, referência para o segmento (2,59%). O resultado do ano também reflete a gestão ativa desses investimentos. Além disso, o desempenho foi influenciado positivamente pelo Fundo Petros Carteira Ativa (FPCA), primeiro fundo na modalidade multimercado com gestão própria, lançado no ano passado, que rendeu 4,29% no período de janeiro a maio de 2019, período em que a inflação ficou em 2,22%.
Já a renda variável rendeu 10,48% no período de janeiro a maio, enquanto a Bolsa subiu 10,40%. A carteira de renda variável do PP-2 se diferencia da composição do Ibovespa, já que deve ser adequada aos compromissos de longo prazo do plano com seus participantes.
A carteira de operações com participantes (empréstimos) teve valorização de 4,89% até maio, enquanto os investimentos imobiliários acumularam rentabilidade de 2,44%. Já os investimentos estruturados renderam 20% até maio.
Desempenho do plano X meta atuarial
Maio (%)
Acumulado no ano (%)
Total do plano
1,21
6,20
Meta atuarial
0,57
4,46
Composição da carteira
75% Renda fixa
17,5% Renda variável
2% Estruturados
2% Imobiliários
3,5% Operações com participantes (empréstimos)
Resultado por segmento
Maio (%)
Acumulado (%)
Renda fixa
1,11
5,39
Renda variável
1,24
10,48
Estruturado
7,68
20,00
Imobiliário*
1,07
2,44
Operações com participantes (empréstimos)*
1,40
4,89
* Os nomes das categorias de investimentos foram alterados para adequação à instrução normativa 4661, da Previc.
Categorias renda fixa e variável
Maio (%)
Acumulado (%)
RENDA FIXA
Renda fixa de longo prazo
1,27
5,99
Crédito privado
1,43
6,93
RENDA VARIÁVEL
Governança
0,29
13,54
Livre
1,47
10,23
Referenciais
Maio (%)
Acumulado (%)
CDI
0,54
2,59
Ibovespa
0,70
10,40
IPCA
0,13
2,22
Movimentação do plano
O PP-2 encerrou maio com 50.760 participantes, dos quais 47.286 ativos e 3.474 assistidos (aposentados e pensionistas). No mês, houve 52 novas concessões, como detalhado abaixo:
Benefícios concedidos
Aposentadoria
Auxílios-doença
Pensões por morte
Pecúlios
Novas concessões
25
6
3
18
52
Resultado do plano
O superávit acumulado do PP-2 foi de R$ 364 milhões em maio.
Patrimônio de cobertura: R$ 23,906 bilhões (ativos)
Todos os investimentos que o plano possui, mais outros recursos que ele tem a receber.
Compromissos futuros: R$ 23,542 bilhões(passivo)
Valores comprometidos com os pagamentos de benefícios de todos os participantes, seguindo o regulamento do plano.
Equilíbrio técnico: R$ 364 milhões
Diferença entre compromissos futuros e patrimônio. Sofre variações para mais ou para menos, de acordo com a movimentação dos compromissos e a rentabilidade. Quando esses compromissos ficam maiores que o patrimônio ocorre déficit. Quando a situação é inversa, há superávit.
RESUMO DO RESULTADO ACUMULADO (JAN-MAI 2019)
R$ milhões
Resultado acumulado em 31/12/2018
291
IMPACTOS POSITIVOS (JAN-MAI 2019)
Resultado líquido dos investimentos
1.383
Evolução dos fundos previdenciais
11
Resultado previdencial (pagamento de benefícios menos recebimento de contribuições e atualização de contingências judiciais com perda provável)
878
IMPACTOS NEGATIVOS (JAN-MAI 2019)
Evolução das provisões matemáticas (compromissos futuros)