A definição do resultado das eleições presidenciais, ocorrida no fim de outubro, marca um novo momento para a agenda econômica. O risco da incerteza diminui, mas há um cenário global desafiador e expectativas quanto à execução das reformas e medidas econômicas que serão propostas pelo novo governo.
Entre os indicadores econômicos do mês, o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre foi o destaque: a economia cresceu 0,8% frente ao segundo trimestre do ano e 1,3% em relação ao terceiro trimestre de 2017. A melhora dos números foi influenciada pela greve dos caminhoneiros de maio que enfraqueceu a base de comparação com o trimestre imediatamente anterior.
Por outro lado, a indústria se mantém fraca e o desemprego continua elevado. O resultado da produção industrial de setembro – divulgado em novembro – foi o terceiro negativo (-1,8% desta vez), reflexo da lenta e gradual recuperação da atividade econômica. Já a taxa de desemprego foi de 11,7% no trimestre encerrado em outubro, um leve recuo frente ao trimestre anterior (11,9%).
A inflação do mês, por sua vez, ficou abaixo do piso das expectativas do mercado. O IPCA de novembro registrou deflação de 0,21% e alta de 4,05% no resultado acumulado em doze meses. Os maiores impactos de queda foram registrados no preço da energia e combustíveis.
O mercado financeiro fechou o mês em alta, refletindo o otimismo com o resultado das eleições. O Ibovespa, principal referência da B3 (antiga BM&FBovespa) subiu 2,38% em novembro, aos 89.504 pontos. De janeiro a novembro, o índice acumula valorização de 17,15%. Já o dólar subiu 3,92% no mês, cotado a R$ 3,86, segundo a cotação do Banco Central.
No cenário internacional, o destaque do mês foi a reunião do Comitê de Política Monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que decidiu pela manutenção da taxa juros no intervalo vigente, entre 2% e 2,25%, em linha com o esperado pelo mercado. Segundo o Comitê, o ajuste da taxa de juros seguirá de modo gradual ao longo das próximas reuniões. A atividade econômica segue em ritmo de crescimento sólido, com o desemprego em menor nível na série histórica e o consumo em forte expansão. Esse cenário sugere que a alta dos juros pode continuar, o que aumenta a rentabilidade dos investimentos nos EUA e tende a provocar uma saída de recursos de outros mercados, especialmente emergentes como o Brasil, em direção aos EUA.
Desempenho dos investimentos
Rentabilidade do PP-2 é de 0,93% em novembro, bem acima de meta atuarial
A rentabilidade do plano Petros-2 (PP-2) superou de longe a meta atuarial para novembro. O resultado foi de 0,93%, para uma meta de 0,23%. A meta prevê o rendimento necessário para que o plano possa fazer frente a seus compromissos atuais e futuros.
A renda variável — que reúne ações negociadas em Bolsa, fundos de ações e participações em empresas e tem 13% dos recursos do plano — teve rentabilidade de 1,67% em novembro. O Ibovespa, referência para o mercado de renda variável, subiu 2,38%, com a definição do cenário das eleições presidenciais no Brasil. Os Fundos de Investimentos em Ações (FIAs) subiram 3,10%, enquanto a carteira de participação caiu 2,29%.
Com 80% dos recursos do PP-2, a renda fixa (que inclui títulos públicos e privados e fundos de renda fixa) valorizou 0,78%. O ganho foi superior ao do CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que é referência do segmento e avançou 0,49%, e ao da inflação medida pelo IPCA (-0,21%). O bom resultado é fruto de uma estratégia de gestão cada vez mais ativa desses investimentos para aproveitar as oportunidades do mercado.
Os investimentos estruturados — compostos por Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), veículos de investimento em empresas ou projetos de empreendimentos e fundos imobiliários — renderam 0,06% em novembro.
Já os recursos investidos em imóveis tiveram rentabilidade de 1,02% no mês. A carteira de empréstimos aos participantes, por sua vez, valorizou 1,14% em novembro. O segmento responde por cerca de 3,6% dos recursos do PP-2.
Resultado acumulado no ano
Com o desempenho de novembro, a rentabilidade do PP-2 chegou aos 11,57% no resultado acumulado nos onze primeiros meses do ano, bem acima da meta atuarial do período, de 8,71%. Os investimentos em renda fixa registraram valorização de 11%. A variação foi quase o dobro dos 5,90% do CDI, que é referência para o segmento, e dos 3,59% do IPCA no período.
Os recursos em renda variável, por sua vez, tiveram alta de 9,85% de janeiro a novembro. Em igual período, o Ibovespa avançou 17,15%. O comportamento diverso ocorre porque a carteira de renda variável do PP-2 se diferencia da composição do Ibovespa, já que é adequada aos compromissos de longo prazo do plano com seus participantes. Além disso, a queda nas ações de BRF, por exemplo, com desempenho acumulado desfavorável em 2018, tem impactado negativamente a carteira do plano este ano.
No resultado acumulado em 2018, até o mês de novembro, a carteira de empréstimos teve ganho de 12,41%. Os investimentos em imóveis, por sua vez, registraram rentabilidade de 6,56%.
Já o segmento de investimentos estruturados rendeu 58,95% no período. O resultado pode ser explicado pelos recursos aplicados no FIP Caixa Barcelona. O fundo investe em ações do Instituto de Resseguros do Brasil (Irb), cujas ações valorizaram 120% em 2018, considerando o resultado até novembro.
Desempenho do plano X meta atuarial (%)
Novembro
Acumulado no ano
Total do plano
0,93
11,57
Meta atuarial
0,23
8,71
Composição da carteira
80,5% Renda Fixa
13% Renda variável
1,5% Investimentos estruturados
1,5% Imóveis
3,5% Empréstimos
Resultado por segmento (%)
Novembro
Acumulado no ano
Renda fixa
0,78
11,00
Renda variável
1,67
9,85
Investimentos estruturados
0,06
58,95
Imóveis
1,02
6,56
Empréstimos
1,14
12,41
Categorias renda fixa e variável (%)
Novembro
Acumulado no ano
RENDA FIXA
Renda fixa de longo prazo
0,78
11,49
Crédito privado
0,72
12,29
RENDA VARIÁVEL
Governança
-2,29
-1,56
Livre
3,12
14,54
Referenciais (%)
Novembro
Acumulado no ano
CDI
0,49
5,90
Ibovespa
2,38
17,15
IPCA
-0,21
3,59
Movimentação do plano
O PP-2 encerrou outubro com 50.145 participantes, dos quais 46.701 ativos e 3.444 assistidos (aposentados e pensionistas). No mês, houve 30 novas concessões, como detalhado abaixo:
Benefícios concedidos
Aposentadorias
Auxílios-doença
Pensão por morte
Pecúlios
Novas concessões
7
3
1
11
22
Resultado do plano
O superávit acumulado do PP-2 foi ampliado para R$ 404 milhões em outubro.
Patrimônio de cobertura: R$ 21,421 bilhões (ativos)
Todos os investimentos que o plano possui, mais outros recursos que ele tem a receber.
Compromissos futuros: R$ 21,017 bilhões(passivo)
Valores comprometidos com os pagamentos de benefícios de todos os participantes, seguindo o regulamento do plano.
Equilíbrio técnico: R$ 404 milhões
Diferença entre compromissos futuros e patrimônio. Sofre variações para mais ou para menos, de acordo com a movimentação dos compromissos e a rentabilidade. Quando esses compromissos ficam maiores que o patrimônio ocorre déficit. Quando a situação é inversa, há superávit.
RESUMO DO RESULTADO ACUMULADO (JAN-OUT 2018)
R$ milhões
Resultado acumulado em 2017
304
IMPACTOS POSITIVOS (JAN-OUT)
Resultado previdencial (pagamento de benefícios menos recebimento de contribuições e atualização de contingências judiciais – ações com perda provável)
1.602
Resultado líquido dos investimentos
2.226
Evolução dos fundos previdenciais
22
IMPACTOS NEGATIVOS (JAN-OUT)
Evolução das provisões matemáticas (compromissos futuros)