A recuperação da atividade econômica continuou em ritmo lento no país. A taxa de desemprego voltou a crescer, chegando a 12,6% de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018, segundo o IBGE. E o IBC-Br, indicador do Banco Central utilizado como parâmetro de avaliação do ritmo de crescimento da economia brasileira, registrou recuo de 0,56% em janeiro, influenciado principalmente pela queda de 2,4% da produção industrial e de 1,9% do volume do setor serviços.
Em relação à Selic, a taxa básica de juros da economia, na reunião de março, o Comitê de Política Econômica do Banco Central (Copom) promoveu uma redução em 0,25 ponto percentual em março, para 6,50%. Já o IPCA, inflação oficial do país, subiu 0,09%, novamente abaixo da expectativa do mercado (+ 0,12%), e da Petros (+ 0,15%). Com esse resultado, o IPCA acumulou alta de 0,70% no primeiro trimestre, contra 0,96% no primeiro trimestre do ano anterior, o menor resultado da série histórica. Em 12 meses, o índice recuou para 2,68%, permanecendo abaixo do piso da meta.
No cenário internacional, destaque para a alta da taxa de juros em 25 pontos base (bps) nos Estados Unidos, em linha com a expectativa do mercado. Entretanto, de acordo com os dados de inflação e desemprego, a atividade econômica americana segue forte, sem pressões sobre os índices de preços.
O Ibovespa terminou o mês de março com leve alta de 0,01%, chegando aos 85.365 pontos. Pela cotação do Banco Central (Ptax), o dólar subiu 2,43% no mês, cotado a R$ 3,32, impactado por questões políticas internas e externas e decisões sobre juros.
Desempenho dos investimentos
PP-2 rende 0,58% em março e bate a meta atuarial
O Plano Petros-2 (PP-2) teve rentabilidade de 0,58% em março, superior à meta atuarial do mês, que era de 0,53%. O resultado foi impulsionado pela valorização da renda fixa (títulos públicos e privados e fundos de renda fixa), que corresponde a 82% dos investimentos do plano e rendeu 0,78%, superando o CDI (0,53%), que é referência para este segmento. No primeiro trimestre do ano, o PP-2 acumula alta de 3,09%, acima da meta do período, que era de 2,03%.
Ainda na renda fixa, a carteira de longo prazo, que reúne majoritariamente títulos públicos, subiu 0,81%, influenciada pela alta de 1,33% dos papéis do governo que têm seu valor marcado a mercado, isto é, estão sujeitos a oscilações constantes de preços. Os títulos com prazos mais longos tiveram resultado negativo, mas como a representatividade é pequena, não houve impacto significativo na carteira. Também contribuíram para o bom desempenho da renda fixa os títulos públicos levados até o vencimento, que valorizaram 0,75%. A carteira de crédito privado obteve retorno de 0,78%, ficando acima da meta
Destaque também para os investimentos estruturados — compostos por Fundos de Investimentos em Participações (FIPs), veículos de investimento em empresas ou projetos de empreendimentos e fundos imobiliários —, que foram os que registraram a maior alta do mês: 6,95%. Foi reflexo da forte valorização do FIP Caixa Barcelona, responsável por quase 80% dos investimentos do segmento. Este FIP investe em IRB Brasil Resseguros, cujas ações tiveram significativa alta em março.
A renda variável (ações negociadas em Bolsa, fundos de ações e participações em empresas), que concentra 10% dos recursos do PP-2, caiu 2,53% em março, num movimento descolado do Ibovespa (0,01%), índice usado como referência. O resultado foi influenciado pela desvalorização de 11,20% da carteira governança (participações em empresas nas quais a Fundação tem fatia relevante), em função da queda de 23,69% nas ações de BRF durante o mês de março. Por outro lado, a carteira livre, que reúne ações de alta liquidez negociadas na Bolsa de Valores e fundos de ações, teve alta de 0,35% no mês.
Os imóveis, que correspondem a 2% dos investimentos do PP-2, apresentaram ganho de 1%, em função da rentabilidade obtida com receita de locação. E a carteira de empréstimos aos participantes, onde estão aplicados 4% dos investimentos do plano, avançou 0,98%, também superando a meta de março.
Resultado acumulado no ano
No primeiro trimestre do ano, os investimentos do plano acumularam alta de 3,09%, acima da meta atuarial para o período (2,03%). O melhor resultado foi da renda variável, com valorização de 4,95%, impulsionada pela boa performance da carteira livre (ações de alta liquidez e fundos de ações), que subiu 11,74% até março, em linha com o Ibovespa (11,73%). Destaque também para os investimentos estruturados, que tiveram rentabilidade acumulada de 11,26%. Na renda fixa, o crescimento nos três primeiros meses do ano foi de 2,74%, quase o dobro do CDI (1,59%). Já os empréstimos valorizaram 3,13%. Por outro lado, o segmento de imóveis registrou desvalorização de 1,12% no período.
Desempenho do plano X meta atuarial (%)
Março
Acumulado no ano
Total do plano
0,58
3,09*
Meta atuarial
0,53
2,03
*A rentabilidade total do plano é o retorno dos investimentos, descontados outros fatores que interferem no resultado.
Composição da carteira
82% Renda Fixa
10% Renda variável
2% Investimentos estruturados
2% Imóveis
4% Empréstimos
Resultado por segmento (%)
Março
Acumulado no ano
Renda fixa
0,78
2,72
Renda variável
- 2,53
4,95
Investimentos estruturados
6,95
11,26
Imóveis
1,00
-1,12
Empréstimos
0,98
3,13
Categorias renda fixa e variável (%)
Março
Acumulado no ano
RENDA FIXA
Renda fixa de longo prazo
0,81
2,82
Crédito privado
0,78
2,94
RENDA VARIÁVEL
Governança
-11,20
-12,99
Livre
0,35
11,74
Referenciais (%)
Março
Acumulado no ano
CDI
0,53
1,59
Ibovespa
0,01
11,73
Movimentação do plano
O PP-2 finalizou o mês de março com 49.600 participantes, dos quais 46.211 ativos e 3.389 assistidos (aposentados e pensionistas). No mês, houve três novas concessões, conforme detalhado abaixo.
Benefícios concedidos
Aposentadorias
Auxílios-doença
Pensões por morte
Pecúlios
2
1
0
0
Resultado do plano
O superávit acumulado do PP-2 aumentou para R$ 337 milhões em março, em função do resultado dos investimentos.
Patrimônio de cobertura: R$ 18,698 bilhões (ativos)
Todos os investimentos que o plano possui, mais outros recursos que ele tem a receber.
Compromissos futuros: R$ 18,361 bilhões(passivo)
Valores comprometidos com os pagamentos de benefícios de todos os participantes, seguindo o regulamento do plano.
Equilíbrio técnico: R$ 337 milhões
Diferença entre compromissos futuros e patrimônio. Sofre variações para mais ou para menos, de acordo com a movimentação dos compromissos e a rentabilidade. Quando esses compromissos ficam maiores que o patrimônio ocorre déficit. Quando a situação é inversa, há superávit.
RESUMO DO RESULTADO ACUMULADO (JAN-MAR 2018)
R$ milhões
Resultado acumulado em 2017
304
IMPACTOS POSITIVOS (JAN-MAR)
Resultado previdencial (pagamento de benefícios menos recebimento de contribuições e crescimento de ações judiciais com perda provável)
562
Resultado líquido dos investimentos
555
Evolução dos fundos previdenciais
9
Evolução dos resultados a realizar
0
IMPACTOS NEGATIVOS (JAN-MAR)
Evolução das provisões matemáticas (compromissos futuros)